Metade dos pacientes submetidos a transplantes de rim, no Brasil,
poderia evitar a dependência dessa cirurgia se tivesse tido o cuidado de fazer
exames preventivos de saúde, no caso os de sangue e de urina. O alerta é do
nefrologista Diogo Medeiros, responsável pelos transplantes desse órgão no
Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo, segundo o qual o diagnóstico
tardio é a principal causa de lesões irreversíveis.
Dados de 2012 do Ministério da Saúde indicam que
100 mil pacientes fazem diálise, processo de filtragem do sangue – uma das
funções do rim.
Desde o início das atividades da instituição, em
2010, foram feitos 430 transplantes de rim, dos quais 50% referiam-se às
pessoas que apresentavam diabetes e hipertensão ou uma dessas doenças. “Em
metade dos casos” - informa Diogo - “as pessoas só procuraram o médico porque
passaram mal e, como a consulta foi tardia, não houve mais chance de
recuperação ou de se postergar a evolução da doença”. Resta ao paciente ficar
na fila dos transplantes e, enquanto aguarda um doador, tem que se submeter à
hemodiálise para a filtragem do sangue.
Segundo o especialista, o número de doações é insuficiente, numa
proporção de cinco mil para dez mil pacientes. No entanto, se as visitas
periódicas ao médico ocorressem a cada seis meses, haveria maior qualidade de
vida e de longevidade. O Hospital de Transplantes é uma unidade da Secretaria
de Saúde do estado, gerenciada em parceria com a Associação Paulista para o
Desenvolvimento da Medicina (SPDM).
Ainda de acordo com o nefrologista, os rins têm múltiplas funções no
organismo, como a produção de hormônios na formação dos ossos e do sangue, no
controle da pressão arterial e na filtragem de impurezas e eliminação de
toxinas por meio da urina. E são fundamentais para manter os líquidos e sais do
corpo em níveis adequados.
Em casos de pessoas com diabetes e hipertensão, os primeiros sinais de
lesão podem ocorrer em um período de cinco anos. Mas se forem feitas análises
clínicas periódicas a cada seis meses, é possível um controle contra a
progressão para uma Doença Renal Crônica (DRC). Por meio do exame de sangue, o
médico poderá constatar se há concentração de creatinina (substância derivada
da absorção de proteína no músculo) e cruzar essa informação com o resultado do
exame de urina, indicando se houve ou não a eliminação de toxinas. Fonte: Portal Terra
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