Estudo mostra que maus hábitos são mais perigosos que poluição
Até 40% dos casos de câncer, e metade das mortes causadas pela doença,
são resultados de maus hábitos que as pessoas podem mudar, e não problemas
genéticos ou contaminação química, revela um novo estudo da Escola de Medicina
de Harvard, nos EUA, publicado nesta quinta-feira na revista especializada JAMA
Oncology.
A equipe calculou que entre 20% e 40% dos casos totais e metade das
mortes poderia ser evita se as pessoas adotassem um estilo de vida mais
saudável, sem fumar, bebendo moderadamente, cuidando do próprio peso e fazendo
ao menos meia hora de exercícios todos os dias.
O estudo se baseou em dados de 140 mil profissionais de saúde, que foram
acompanhados no longo prazo. Eles foram separados em dois grupos: os que tinham
vida saudável e os que não tinham.
O padrão para "vida saudável" foi estabelecido em outros
estudos. Incluiu não fumar, beber até dois drinques por dia (1 para mulheres),
manter um peso entre um índice de massa corporal 18,5 (bastante magro) e um
levemente acima do peso 27,5, e ter uma hora de exercício forte ou 2h30 de
exercício moderado na semana.
Beber muito aumenta risco de câncer de cólon, mama, fígado, na cabeça e
no pescoço. Obesidade aumenta os riscos para o esôfago, o cólon e o pâncreas.
Fumar causa entre 80 e 90% das mortes por câncer de pulmão.
Dos 140 mil, só 28 mil (20%) entraram na categoria "Vida
saudável", e as diferenças eram claras nos resultados. Nas mulheres
não-saudáveis, a taxa de câncer era de 618 casos para cada 100 mil pessoas. Nas
saudáveis, são 463, uma redução de quase um terço. Entre os homens, são 425
casos para os não saudáveis, e 283 para os que mantém bons hábitos.
Usuários da Academia Carioca fazendo alongamento |
"A maioria dos casos de câncer poderiam ser evitados com uma boa
prevenção e uma vida saudável", dizem os doutores Graham Colditz e Siobhan
Sutcliffe, em um comentário avaliando o trabalho.
"As seguradoras e os médicos deveriam incentivar os pacientes a
serem mais ativos, usarem menos celulares e computadores, comerem mais
vegetais, controlarem o peso e se vacinarem. A comunidade também deve ajudar em
termos macros, apoiando feiras de rua, lugares baratos para exercícios e
prédios que incentivem a movimentação", dizem eles.
Fonte: Jornal O Globo
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